Intenção é engajar sistemas alimentares circulares
O Inova Agroecologia Maricá, projeto realizado pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), por meio da Biotec e em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), foi um dos selecionados pela Secretaria municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca para apresentar projetos de segurança alimentar da prefeitura de Maricá para comitiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA), que esteve na cidade no mês de abril. As iniciativas foram registradas, com fotos e vídeos, para apresentação no projeto Diálogos União Europeia – Brasil: “Cidades e Alimentação: Governança e Boas Práticas para alavancar os Sistemas Alimentares Urbanos Circulares”.
A coordenadora do projeto LUPPA, Francine Xavier, acompanhada da Embrapa, pôde conhecer na Fazenda Municipal Joaquim Piñero, no Espraiado, as ações que permeiam a atuação do Inova na cidade. Essas iniciativas envolvem diversas áreas do conhecimento sob a perspectiva da agroecologia com foco em pesquisa, desenvolvimento e inovação, como os plantios experimentais de tomates, pitayas, cana-de-açúcar e outras práticas agrícolas, a exemplo do cultivo de grãos especiais e produção de sementes.
“A finalidade desse trabalho é fazer um intercâmbio entre experiências de boas práticas de governança e também de boas práticas de condução dos sistemas alimentares circulares. Ou seja, é pensar no descarte dos alimentos desde sua produção ao consumo, para que possamos ter o maior aproveitamento possível. E o que não conseguirmos aproveitar para o consumo, que a gente consiga devolver para a terra por meio de compostagem”, conta Francine.
Um dos coordenadores do Inova Agroecologia Maricá, o professor Antônio Carlos Abboud, mostrou na estufa 35 tipos de tomates diferentes recém-plantados e que têm colheita planejada para cerca de 60 dias. “Ao todo, na universidade, temos um banco de 700 tipos. Estamos introduzindo novas variedades, técnicas de produção e vamos oferecer cursos a produtores Os cultivos são totalmente orgânicos, sem uso de qualquer agrotóxico ou práticas que possam causar danos ao meio ambiente. As variedades cultivadas também não são transgênicas, mas fruto de melhoramentos e seleção”, explica.
O pacote de Maricá inclui a Praça Agroecológica de Araçatiba, as hortas comunitárias, a Fábrica de Desidratados, a Fazenda Pública Municipal Joaquin Piñero, o Restaurante Municipal Mauro Alemão e a Moeda Social Mumbuca. O objetivo é fazer estudos de casos sobre sistemas alimentares urbanos de forma sustentável, com as cidades participantes do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA) seguindo as diretrizes do Pacto de Milão, ao qual Maricá também aderiu.
Maricá é um dos cinco municípios brasileiros que participam do projeto em 2023, uma troca de experiências entre Brasil e União Europeia para fortalecer os sistemas alimentares urbanos. Representantes de Maricá (RJ), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Curitiba (PR), Recife (PE) e três municípios europeus que ainda serão definidos discutem suas iniciativas em reuniões virtuais. Em maio, está previsto um encontro na Europa com os municípios escolhidos, e em agosto será apresentado o resultado final desse projeto, que é desenvolvido pela Delegação da União Europeia no Brasil, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Instituto Comida do Amanhã, da organização não-governamental Governos Locais para a Sustentabilidade – ICLEI América do Sul e a ONG WWF-Brasil.