A assinatura da joint venture entre a gigante aeroespacial italiana Leonardo e o município de Maricá, realizada nesta quarta-feira (12/02), no aeroporto municipal da cidade, tem como ponta de lança um projeto inédito anunciado pelo principal executivo do conglomerado, Lorenzo Mariani, que veio da Itália apenas para a cerimônia, e pelo prefeito Fabiano Horta: a Telespazio, uma das subsidiárias do grupo – o maior em tecnologia de comunicação, segurança e aviação daquele país – vai instalar na cidade, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), o primeiro teleporto para conexão e transmissão de dados envolvendo uma constelação de satélites geoestacionários.
“Não existe em nenhum outro lugar do planeta um teleporto que estará ligado a 800 satélites em órbita baixa, com serviços de banda larga numa dimensão que não existe hoje. Isso é absurdamente inovador, não há nada igual na América Latina”, descreve o CEO da Telespazio, Marzio Laurenti. “A Leonardo está no Brasil desde os anos 70, mas hoje penso que começamos uma nova era, usando nossa capacidade, nossos produtos e sistemas para desenvolver tecnologias aqui, num laboratório vivo”, afirma Lorenzo Mariani.
Para a Prefeitura de Maricá, a parceria reforça o papel estratégico da cidade no cenário de petróleo & gás no principal estado produtor do país. “Aqui se estabelece hoje uma dimensão de notório desenvolvimento e de imenso desafio. É um despertar de possibilidades para além da parceria, de desenvolvimento científico e tecnológico. O teleporto dá à cidade um protagonismo que ainda não há na América Latina”, definiu o prefeito Fabiano Horta, lembrando que a Leonardo também vai implantar em Maricá uma base de operações, treinamento e manutenção dos helicópteros usados no apoio às operações offshore.
Ainda de acordo com o CEO da Telespazio, o prazo de implantação está correndo rápido. “O sistema estará em operação até o fim do ano, oferecendo transmissões de baixa latência. Temos pressa para começar a implantação porque 60 desses satélites já foram lançados pela empresa americana que é nossa parceira nesse desenvolvimento”, acrescenta Laurenti.
O Presidente da Codemar, José Orlando Dias ressaltou que a joint venture é fruto de mais de seis anos de esforços e disputas com outras cidades. “Ganhamos de municípios como São Paulo; a Leonardo confia em nós. Para o município, a parceria terá efeitos em pouco tempo, com o aumento no número de empregos e na geração de receitas. E também do potencial de atração de empresas que integram a cadeia produtiva, como a própria Telespazio”, afirmou.
O complexo da Telespazio terá uma capacidade de transmissão de dados de pelo menos 10 gigabytes e deve estar em operação até o fim de 2020. O valor do investimento não é revelado por ser estratégico para a empresa. “Será importante para a atividade offshore, que tem uma grande demanda de serviços de transmissão de dados por satélites. Futuramente, também será uma plataforma excelente para a transmissão via 5G”, completa. Em um segundo movimento, a empresa também implantará outro teleporto, igualmente com 10 gigabytes de capacidade, no Norte do país