Acordo entre a Biotec e a UFRRJ prevê início da produção de fitoterápicos em setembro

O arranjo produtivo de plantas medicinais para desenvolvimento de fitoterápicos, óleos essenciais e cosméticos naturais em Maricá começará a ganhar forma a partir de setembro, quando a Biotec e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ) devem formalizar o acordo para início do projeto. A Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) está preparando um terreno na Fazenda Pública Municipal Joaquin Piñero, no Espraiado, que receberá a horta modelo com plantas selecionadas pela universidade para que os agricultores locais conheçam as melhores técnicas de cultivo.

Na primeira fase do projeto, antes mesmo do processamento para elaboração de medicamentos, o laboratório da Biotec e da UFRRJ vai distribuir plantas com efeitos terapêuticos comprovados, como aloe vera, calêndula, camomila, hortelã, erva santa e cardo mariano, para uso in natura.

O diretor da Biotec, Eduardo Britto, diz que também está sendo feito um cadastro etnobotânico para identificar as plantas medicinais que já existem em Maricá e quais são utilizadas pela população. “A partir deste tipo de plantas, poderemos desenvolver remédios mais baratos e mais eficientes dos que existem no mercado. E muitos serão fornecidos gratuitamente à população através do Sistema Único de Saúde (SUS)”, adianta Britto.

Horta modelo e técnicas de cultivo

A horta modelo que será criada em Maricá, segundo João Araujo, professor da agronomia da UFRRJ e coordenador do projeto da farmacopéia, será fundamental para que os agricultores locais conheçam as técnicas de cultivo e possam replicá-las em suas propriedades.

“Nós temos uma produção significativa dessas plantas certificadas no campus da universidade em Seropédica. A ideia é reproduzir o mesmo modelo em Maricá. A partir da assinatura do convênio, que deve acontecer agora em setembro, serão investidos recursos para criação das áreas demonstrativas. Um edital vai convocar os agricultores para fazer parte da formação e depois eles iniciarão a produção própria. Assim, será possível dar início ao arranjo produtivo que estamos planejando, porque essa produção dos agricultores locais depois será comprada e transformada em medicamentos naturais”, explica Araujo.