O diretor de Tecnologia da FAPERJ, Mauricio Guedes, recebeu nesta quarta-feira, 21 de agosto, representantes do Parque Tecnológico de Maricá, uma iniciativa da Prefeitura de Maricá por meio da Companhia de Desenvolvimento de Maricá – Codemar.

A prefeitura de Maricá realizou, dia 22 de agosto, o primeiro workshop de Agentes do Ecossistema de Inovação, quando apresentou o projeto e mapeou as intenções e funções dos diversos setores interessados em participar do empreendimento. O evento, anunciado durante apenas uma semana, atraiu 50 inscritos, dos quais cinco multinacionais e dez universidades atraídas pelo projeto. A consultoria estará a cargo do Parque Tecnológico de São José dos Campos (PQTEC), em São Paulo, um dos mais avançados do Brasil, em parceria com o Parque de Inovação Tecnológica e Empresarial La Salle Technova, de Barcelona (Espanha), entidades com expertise reconhecida no setor de tecnologia. “O parque já nascerá com atribuição global, seguindo normas internacionais”, disse o secretário de Ciência e Tecnologia e Comunicações de Maricá, Sérgio Mesquita.

“Maricá é um caso extremamente interessante, porque é uma cidade de porte médio, com cerca de cento e cinquenta mil habitantes, mas com uma renda alta, devido ao repasse de royalties do petróleo e que decidiu investir no futuro”, observou Mauricio Guedes. Segundo o diretor de Tecnologia da FAPERJ, mesmo não necessitando de apoio financeiro, Maricá poderá contar com a ajuda da Fundação para ampliar sua rede com a comunidade científica, articular as diversas iniciativas e para garantir a estabilidade do projeto.

O presidente executivo do La Salle Technova, Josep Piqué, disse que o grande mérito de Maricá foi entender a oportunidade que representa essa transformação, que envolve um grande pacto entre todos os setores. “Eles entenderam a responsabilidade de apostar no desenvolvimento envolvendo a sociedade, de promover uma economia e uma sociedade baseada em conhecimento”, afirmou Piqué. O executivo, que já presidiu a International Association of Science Parks (Iasp), entidade que reúne quatrocentos parques tecnológicos e científicos, destacou o modelo de governança do parque, que terá gestão privada, mas supervisionada por um Conselho de Administração composto por instituições públicas e representantes de todos os setores que o comporão.

Parte do Planejamento Estratégico do município, o Parque Tecnológico de Maricá deverá ocupar uma área de um milhão de metros quadrados e receber investimento de R$ 160 milhões nos três primeiros anos. Segundo o superintendente do Parque/Codemar, Tiago de Paula, a prefeitura de Maricá decidiu fazer investimentos sustentáveis que permaneçam, independentemente das futuras administrações municipais e da receita obtida com o petróleo e gás. “Queremos não apenas fortalecer a economia, mas proporcionar melhores condições de vida para as pessoas”, disse o superintendente.

O complexo abrigará empresas de base tecnológica, institutos de ensino, pesquisa e desenvolvimento, incubadoras de negócios, centros de pesquisa e laboratórios compartilhados. O objetivo é fazer com que a tecnologia e a inovação alcancem todos os setores estratégicos como óleo e gás, saúde, construção civil, agricultura, meio ambiente e energias limpas, indústrias 4.0, naval e aeroespacial, logística, impressão 3D, games, além de um polo cinematográfico.

Inserido na região metropolitana do Rio de Janeiro, Maricá é o município do Estado do Rio do Janeiro que mais recebe royalties e participações especiais do petróleo, que somam US$ 300 milhões, o que configura a maior renda per capita por habitante do estado. O município criou um modelo de moeda social, chamada Mumbuca, que distribui benefício de R$ 100,00 em cartão de débito para famílias de baixa renda. O programa de Renda Básica da Cidadania (RBC) é uma forma de o município distribuir a renda dos recursos provenientes dos royalties do petróleo para a população.  Outras iniciativas, focadas na educação e capacitação, são o “passaporte universitário”, que concederá cinco mil bolsas de graduação para moradores de Maricá, e o “passaporte tecnológico”. “Assim, além de aquecermos a economia, desenvolvemos competências e habilidades”, disse Sérgio Mesquita.

Também estiveram presentes à reunião na FAPERJ o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Tito Ryff, o CEO da Global Business Innovation Inteligence, Carlos Olsen, e o responsável pelo desenvolvimento imobiliário da Codemar, Odir Mendes.

Por Ascom Faperj.