Produtores receberam orientações de cultivo e mudas especiais dos vegetais em cinco colorações de polpa
O sábado nublado não ofuscou as cores do Dia de Campo – Batatas-Doces Coloridas, que levou mais de 40 pessoas à Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado. Produtores rurais e outros interessados em dar início ao cultivo dos tubérculos em Maricá receberam orientações sobre o plantio, solo, manutenção e multiplicação das mudas que foram doadas. Também foram sugeridas apresentações de ainda maior valor agregado dos vegetais, como chips desidratados, bolos, doces e até empadão. Tudo isso foi servido na degustação. A iniciativa é do Inova Agroecologia Maricá, da Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ) e da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá).
“São cultivares que já têm maior valor agregado no mercado, por conta da sua cor e também da biofortificação em ferro e nas vitaminas A, B12 e C. Mas também mostramos outras formas mais rentáveis de vender a batata, como chips, doces e salgados, substituindo ingredientes e levando o produto a um nicho fitness e de alimentação saudável”, explicou o professor João Araujo, da UFRRJ, que ministrou o curso.
Variedades
Foram mostradas e fornecidas aos produtores mudas de batatas-doces de polpa branca, creme, laranja, roxa e roxa misturada com branca. As cores são um diferencial que ajudam a introduzir o legume na dieta infantil e também em pratos adultos mais elaborados. Já a biofortificação em ferro e vitaminas foi alcançada através de seleção de materiais genéticos de cada vez maior qualidade. Tudo feito naturalmente. As técnicas de cultivo ensinadas também são agroecológicas e orgânicas.
Os alimentos que estão sendo introduzidos têm potencial, além de mercado, com a rede gastronômica que cresce a cada dia na cidade. A produção ajuda a impulsionar as políticas públicas de Maricá de alimentação nas escolas e restaurante popular.
O Dia de Campo
Os cursos Dia de Campo são oferecidos pelo Inova Agroecologia Maricá, que é uma parceria da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) através da Biotec Maricá. As orientações sobre o cultivo de batatas-doces estão chegando a pelo menos 60 agricultores locais através de minicursos e orientações diretas. Já foram ministradas aulas sobre cana-de-açúcar, grãos especiais, produção de sementes e de tomates gourmet, entre outros.
“Eu já produzo batata-doce na minha terra, perto do Farol de Ponta Negra, juntamente com aipim, abóbora, mamão e outros vegetais. Essas técnicas ensinadas no Dia de Campo são importantes porque, mesmo a gente já plantando, sempre é possível melhorar. Agora vou introduzir mais um tipo de batata-doce na minha propriedade”, disse Telma Tobler, de 60 anos, produtora rural e nutricionista.
Dia das Mães
Houve também quem aproveitasse a aula para aprofundar laços familiares. A nutricionista Mariana Lopes, de 25 anos, levou a mãe, Edmar Rodrigues, de 60, para o curso.
“Ela é do Mato Grosso e adora plantar. Não deve iniciar uma produção comercial agora, mas certamente vai plantar para a gente”, garantiu Mariana.
Gilvano de Oliveira também aproveitou o sábado em família. Foi com a sogra, a esposa e o filho, de 9 anos, para a fazenda aprender a plantar batata-doce.
“É muito importante para a educação dele e também para unir a família. É uma iniciativa muito importante para todos”, avaliou Gilvano.