Entre os objetivos, está a capacitação em plataformas digitais

O auditório Manoel Lagos do Banco Mumbuca foi palco para a aula inaugural das turmas 2 e 3 do curso de marketplace da Escola de Startup. O encontro aconteceu nessa quarta-feira (29/03) e teve a presença dos 100 alunos  selecionados para as vagas oferecidas para os empreendedores e comerciantes da cidade. A iniciativa, da Prefeitura de Maricá e da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), tem o objetivo de capacitar e desenvolver os pequenos e microempresários de Maricá para atuar com plataformas digitais.

A maior parte do curso é realizada de forma remota, mas, segundo o superintendente de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Codemar, Danilo Pitarello, esse primeiro encontro presencial é importante para que a turma interaja e conheça os professores. Dessa forma, as dinâmicas online durante as aulas se tornam mais efetivas.

“Nosso objetivo é treinar os estabelecimentos comerciais e os prestadores de serviço da cidade para operar de forma online, principalmente na nossa própria plataforma de marketplace que vai ser lançada. Nela, os empreendedores vão atuar com a moeda social Mumbuca, para que circule ainda mais pelo comércio da cidade. Assim, ela vai gerar mais negócio, mais emprego e ajudar a manter a renda em Maricá, em vez de essa renda remunerar plataformas que estão fora da cidade”, explica Danilo.

A presidente do Banco Mumbuca, Manuela Mello, esteve presente na aula inaugural e afirmou que a iniciativa é importante para estimular a divulgação e a circulação da moeda social na cidade. “Esse passo que a Codemar deu, em capacitar os empreendedores da cidade e os prestadores de serviço, de comercialização de bens, para não apenas aceitar a moeda, mas também criar e estreitar laços e redes de produtividade e consumo, é muito importante para a disseminação da economia circular na cidade. É fundamental estarmos sempre juntos nessas construções e nessa nova fase que Maricá e o Brasil todo vai ter”, disse Manuela.

Turmas cheias

Depois do sucesso da primeira turma, muitos empreendedores de Maricá ficaram interessados em participar do novo curso. Foram 800 inscritos para 100 vagas.  “Tivemos uma procura muito maior para a segunda e terceira turmas, e nos comprometemos a atender a todos, vamos expandir os cursos até o fim de 2023. Queremos que todos os interessados tenham a oportunidade de se desenvolver no marktplace vendendo seus produtos e serviços”, afirmou o superintendente de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Codemar, Danilo Pitarello.

Para o diretor da Faculdade de Administração da UFF, professor Martius Vicente, o curso possibilita o aprendizado em relação às soft skills, ferramentas para o empreendedor que está começando ou aquele que já iniciou a carreira. “Nós identificamos no mercado que, sem essa formação, a taxa de sucesso é baixa. A média é que a cada dez microempresas que se lançam no mercado, somente duas sobrevivem após o terceiro ano. As outras oito acabam quebrando por falta de planejamento (principalmente o financeiro) e competências básicas, como gestão”, explicou o professor Martius.

O curso visa elevar o grau de sucesso dessas empresas, com aulas dividas em dois módulos: o básico, que engloba modelagem de negócio, ferramentas básicas de marketplace, liderança e negociação; e o avançado, com o uso do marketplace propriamente dito, explicando como colocar o produto no mercado, comercializar usando a moeda Mumbuca e como fazer a transação acontecer logisticamente.

Após participar da primeira aula inaugural, a empreendedora Isabella Barreto, do quiosque Delícias da Bebel, em São José, afirmou que está muito motivada a desenvolver habilidades que ajudem a agregar valor à sua empresa e a vender mais.  “Acho que o marketplace da cidade vai ajudar nesse objetivo. A ferramenta é maravilhosa e vai ser uma propaganda para fazer que os comerciantes façam a utilização da Mumbuca da forma correta, que é gerar economia na própria cidade, como eu já tenho feito no meu comércio. Vai ser uma expansão para quem é empreendedor”, comemorou Isabella.

Capacitação e desenvolvimento de empreendedorismo

Microempreendedora de moda feminina, moda indiana e moda praia há quatro anos, Gaia, do Ateliê que leva seu nome, explica que procurou o curso com o objetivo de aprender mais sobre como trabalhar em diversas redes sociais. “Vivemos na Era Digital e não podemos, como microempreendedores, nos limitar a somente feiras e lugares físicos. A minha expectativa para esse curso é das melhores, que eu venda bastante, como todos aqui. As aulas vão ajudar a enaltecer a cidade, porque temos muitos talentos escondidos. E com o conhecimento que estamos adquirindo na Escola de Startup, vamos conseguir ampliar as vendas”, comentou Gaia.

De acordo com a consultora da Escola de Startup Ana Virginia Medeiros, as aulas foram planejadas para que os alunos desenvolvam suas empresas e tenham a oportunidade de fechar mais negócios.  “Para atuar no mundo digital, é importante aprender as ferramentas, as softs e hards skills, as competências fundamentais e, principalmente, as ferramentas digitais. Para integrar o negócio de forma assertiva, os empreendedores precisam conhecer como funcionam as partes comerciais das redes sociais”, avaliou Ana Virginia.

A também professora Paula Erthal, responsável pelas disciplinas de negociação e liderança, acredita que, com as aulas, os alunos vão ter uma preparação mais adequada para rápidas transformações de mercado, de adaptabilidade e inovações. “O meu objetivo na disciplina é potencializar isso, sensibilizando essa questão direcionada para negociação e questão da liderança, para que os alunos estejam mais bem preparados para gerir o seu próprio negócio”, finalizou Paula.