Painéis discutem a festa a partir da perspectiva antropológica, social e cultural
O I Seminário Samba & Carnaval, realizado nesta quarta-feira (14/12), no auditório do Banco Mumbuca, apresentou propostas de projetos para empregabilidade na área, fomentando a cultura do carnaval em uma ação da Prefeitura de Maricá, por meio da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá). Entre os diversos painéis com debates pertinentes ao tema, a Mesa lV – 12h: “Ritos e Identidades – A história do Carnaval em uma perspectiva antropológica, social e cultural” foi uma das mais aguardadas já que o tema é de interesse público.
“Abrimos uma discussão no campo das ciências sociais e da história em como o Carnaval e representado e qual é o significado dele e o que representa para as pessoas. Ele é múltiplo e todas as pessoas devem se apropriar do Carnaval para entender seus significados. Fiz um breve apanhado histórico sobre a história do Carnaval, festas e celebrações que existiram desde a Mesopotâmia antiga, no ano de 5.000 AC, e como isso veio se modificando até os dias de hoje. Passei pela Idade Média e como o cristianismo incorporou a festa pagã que é o Carnaval, cheguei na Modernidade, Brasil Colônia e depois Brasil República com a proximidade do carnaval que gente conhece hoje. Além disso, fiz uma leitura relacionada ao rito que é o Carnaval e como esse rito que é encenado forma a identidade brasileira”, contou a historiadora e superintendente de Economia Criativa da Codemar, Laiz Solis.
A segunda palestra foi realizada pela pesquisadora na área de Patrimônio Cultural, Renata Aymoré Gama, e teve como tema “Carnaval Patrimônio Imaterial do estado do Rio de Janeiro, traduzindo saberes, fazeres, identidade e memória coletiva.
“As primeiras referências a existência de blocos carnavalescos na cidade de Marica datam do início do século XX. Segundo o historiador Cezar Brum, a entidade carnavalesca conhecida como “Bloco ou Rancho Tira-Teima” foi uma das pioneiras no Município de Maricá. Uma curiosidade histórica sobre o carnaval de Maricá é que durante quase meio século (entre as décadas de 1920 e 1970) existiu uma rivalidade entre agremiações carnavalescas que usavam as cores verde e branco X amarelo e branco e que também simbolizavam grupos sociais e políticos maricaenses. O próprio prefeito Dr. Orlando de Barros Pimentel era excluído dos bailes, porque, segundo a historiadora Maria Penha, naquela época (década de 50), no Esporte Clube, não entravam negros”, comentou Aymoré Gama.