Chefs da alta gastronomia serão consultados para definir padrão de crustáceos produzidos em Maricá

A Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) fechou acordo com Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio) para realizar uma pesquisa com chefs de alta gastronomia do estado e saber as características mais valorizadas por eles nos camarões. O resultado servirá para orientar a produção da Fazenda de Camarões da Biotec Maricá, subsidiária da Codemar, que está sendo construída na Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado.

A Biotec trabalha na instalação do Centro de Inovação em Maricultura (Ciamar), em convênio com a Universidade Federal Fluminense (UFF), dotado de 20 tanques para pesquisa, fábrica de ração e frigorífico para camarões. A capacidade da produção será de 60 toneladas de camarão por ano. O presidente da Codemar, Olavo Noleto, considera a pesquisa fundamental para posicionar a produção local no mercado consumidor do crustáceo em nível nacional.

“Queremos que o camarão produzido em Maricá ganhe o mercado pela credibilidade, pela qualidade que ele terá. Isso nós vamos construir entregando um camarão de acordo com os padrões mais exigentes de quem usa essa iguaria na alta gastronomia. Nosso objetivo é dar ao camarão de Maricá um selo de qualidade reconhecido em todo o país. E o caminho certamente é entender como pensam os chefs de cozinha quando o assunto é camarão”, considera Noleto.

Levantamentos quantitativo e qualitativo para produção ganhar o mercado

Para escolher o tipo de camarão e as características ideais valorizadas na produção de pratos elaborados na alta gastronomia, o diretor da Biotec Maricá, Márcio Soares da Silva, explica que serão realizados dois levantamentos com chefs de restaurantes e hotéis renomados: um será quantitativo e o outro qualitativo.

“Na pesquisa qualitativa, o SindRio vai elencar alguns nomes de chefs que eles consideram importantes no cenário atual da gastronomia e também vão incluir chefs de Maricá, um pedido nosso. Serão entrevistados dez chefs, que vão explicar de forma detalhada o que agrega valor ao camarão na avaliação deles. São informações que vão desde o tamanho do camarão que preferem, se grande ou pequeno; se o fato de já vir beneficiado é relevante, se o tempo de entrega é importante; até informações de mercado, como onde compram camarão atualmente e se trocariam o fornecedor caso seja oferecido um camarão dentro das características que valorizam, explica Silva.

A pesquisa quantitativa, será feita com responsáveis pela cozinha de cem estabelecimentos, que vão responder um formulário em cerca 10 minutos, com questões bem parecidas, mas para serem respondidas de forma objetiva. O presidente da Biotec Maricá, Eduardo Britto, avalia que os relatórios finais das duas pesquisas serão fundamentais para apontar o caminho que seguirá a produção da Fazenda de Camarões de Maricá.

“Dessas entrevistas, sairão análises aprofundadas, com conclusões consistentes. A pesquisa qualitativa vai gerar muitas análises. A pesquisa quantitativa vai gerar dados, com resultados que darão um panorama mais amplo do mercado”, assegura Britto.