A 3ª Edição do Ciclo de debates “A Revolução Social de Maricá” realizada nesta quinta-feira, 12/08, teve como anfitrião da noite, o vice-prefeito Diego Zeidan, num encontro bem entrosado com o ex-senador e atual vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy. A live foi transmitida pelas mídias oficiais da Prefeitura (Youtube e Facebook), da Revista Fórum e dos sites IG e Brasil 247.

Em pauta, a Renda Básica da Cidadania (RBC), uma iniciativa criada em 2004 por Suplicy, quando atuava no Senado. E que transformou Maricá em referência nacional.

Apesar da lei ter sido sancionada quando Luiz Inácio Lula da Silva era o presidente, Maricá é o único município do país que a aplica de forma integral, porque em 2013, o prefeito Washington Quaquá entendeu que todos os moradores que se encontravam em situação de vulnerabilidade econômica precisavam de uma renda extra para arcar com as necessidades básicas de suas famílias. Desde então, quem mora na cidade tem garantido o direito a alimentação, cuidados médicos, habitação e demais serviços.

“Maricá não tinha orçamento. Em 2013, a ideia da prefeitura era fazer uma transferência de renda nos moldes do governo Lula, mas que essa verba não saísse da cidade, porque na época aqui era cidade dormitório. O centro de consumo era no Rio e em Niterói. Assim teve início o cartão mumbuca com 400 famílias, mantendo a circulação da renda dentro da cidade. Aos poucos, o número de beneficiados foi aumentando. Depois o conceito mudou e se transformou numa renda universal”, lembrou o vice-prefeito, que de 2017 à 2020 comandou a Secretaria de Economia Solidária, responsável pela administração da moeda Mumbuca, na primeira gestão de Horta, ressaltando que, atualmente, mais de 40 mil moradores são beneficiados com 170 Mumbucas por mês, o que equivale a um quarto da população.

“Eu sempre citava muitos economistas, pensadores e filósofos, como Karl Marx, para defender a minha proposta de combate às desigualdades sociais. Nos anos 60, 70, ouvi falar de garantia de uma renda mínima. Então, quando cheguei ao Senado, apresentei essa proposta. Ela foi aceita pelo relator com entusiasmo. Não teve nenhum voto contrário. Um grande problema eram as famílias carentes, que obrigavam as crianças a trabalhar muito pequenas, com 7, 8 anos, num círculo vicioso. Assim, cortaríamos o elo da pobreza no Brasil”, explicou Suplicy, que continuou:

“Em dezembro de 2001, apresentei um novo projeto em 2005   que se tornou a Renda Básica universal, que consiste no pagamento de uma renda incondicional a todos que moram no país para erradicar a pobreza, promover mais igualdade e humanidade”.

A construção de sonhos, as políticas sociais adotadas antes da pandemia para melhorar a vida do povo, os programas emergenciais que mantiveram empregos e empresas abertas no auge da pandemia, o futuro pós-petróleo e a preocupação com os mais necessitados também foram abordados pela dupla, que encerrou a conversa cantando.

“Essa foi uma aula completa e das mais entusiasmadas que eu já dei. Parabéns à Maricá. Que boa coisa vocês têm feito para que isso se torne realidade. Eu espero vir aqui mais vezes, conversar com a população sobre essas oportunidades que estão sendo dadas a elas”, confessou emocionado Eduardo Suplicy.

Por Elaine Nunes.